A EMERGE realizou amplo estudo a fim de compreender como gerar inovação por meio da ciência brasileira. Os resultados completos estão disponíveis para todos.
A cultura acadêmica tem mudado consistentemente. Os estereótipos dos cientistas ou das universidades que permanecem dentro dos seus muros, sem o objetivo de alcançar a sociedade ou mesmo com aversão ao setor produtivo, não se apresentaram neste estudo.
A EMERGE ouviu 693 cientistas de todo o Brasil. Dentre aqueles que inovaram, foram avaliados quatro dos principais mecanismos para a ciência estabelecer relacionamento e criar pontes com o mercado: fundação de spin-offs (startups), execução de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), licenciamento de tecnologias para terceiros, e prestação de serviços técnicos.
Apesar de P&D e serviços serem os mecanismos predominantes, há um crescimento considerável do número de abertura de empresas pelos cientistas, tendo em vista que 64% fundaram suas próprias companhias entre 2016 e 2020.
Outro importante destaque dos resultados são os setores aos quais as inovações foram direcionadas. Observa-se que há predominância em todos os mecanismos de setores em que o Brasil possui forte indústria e mercado (ex.: alimentos, energia, agricultura) ou setores transversais (ex.: química, saúde, serviços de software e TI). Também é relevante observar que as tendências tecnológicas mais trabalhadas pelos cientistas são transversais aos setores apontados, bem como estão na vanguarda do foco global de desenvolvimento de inovações.
Segundo o estudo, as maiores dificuldades para os cientistas inovarem consistem em dificuldade de acesso a capital público e privado, bem como a burocracia das universidades ou agências reguladoras. Os maiores motivadores variam de acordo com o perfil do cientistas e o mecanismo utilizado, mas impactar a sociedade com sua ciência, inspirar e formar novos cientistas inovadores são fatores comum a todos que inovam.
O Horizonte Inovação & Ciência explora também as principais formas como a indústria se relaciona com as empresas nascidas a partir do conhecimento da universidade. A indústria como cliente (47%) é a principal forma de relacionamento, embora um percentual muito próximo (44%) estabelecem parceiras para codesenvolvimento. 12% possuem as indústrias como investidoras e isso demonstra um amplo espaço para o crescimento do Corporate Venture Capital, tendo em vista que este é um mecanismo relevante para desenvolver inovações disruptivas. Apenas 1,5% não tem a intenção de se relacionar com a indústrias, sendo um número muito pouco relevante e demonstrando uma abertura e oportunidade para grandes empresas, apesar de 17% terem tentado celebrar algum tipo de parceria, mas ainda não conseguiram.
O estudo aprofunda em diversas temáticas, trazendo dados, cases, entrevistas e insights. Também aborda as 10 principais empresas referência em inovar com base em ciência no Brasil, bem como o perfil desses cientistas inovadores e quem são os cientistas inspiradores.