A relação entre ciência, tecnologia e inovação não é linear. O desenvolvimento de tecnologias permitiu que a ciência avançasse da mesma forma que as descobertas científicas permitiram a criação de tecnologias, assim como quando essas chegam ao mercado e com amplo fluxo de feedbacks é possível desenvolver novas tecnologias ou realizar novas descobertas científicas.

O modo de pensar da ciência tem influenciado negócios como Lean Startup, Toyotismo, PDCA, Customer Development e diversas outras. Hoje vamos falar da relação entre ciência e a teoria do Job To Be Done, criada pelo professor de Harvard Clayton Christensen que também foi o criador do conceito de Inovação Disruptiva ou de Ruptura.

Christensen defende que as pessoas não compram produtos ou serviços, mas sim algum progresso como comunicar, locomover, entreter, etc.. O foco então não está no cliente, mas sim no trabalho que o cliente deseja fazer. Essa mudança de perspectiva é elementar para focar não no “quem” ou “o que” ou mesmo no “como”, mas no “por que” as pessoas fazem o que fazem e como desenvolvem negócios endereçados em contribuir com esses trabalhos.

Descobrir qual o trabalho a ser feito, o Job To Be Done, é a tarefa elementar para construir produtos, serviços e todo um empreendimento para que a inovação transite do aleatório para o previsível. Uma analogia com a ciência para analisar o desenvolvimento de negócios com um novo prisma consiste nas mudanças de paradigmas analisadas pelo historiador científico Thomas Kuhn em “A Estrutura das Revoluções Científicas”.

Olhar para os problemas de uma forma diferente é também uma forma que o Job To Be Done inspira no processo científico. Thomas Kuhn concluiu que os momentos de ruptura representam uma mudança de paradigma em que os cientistas veem coisas novas e diferentes quando, empregando instrumentos familiares, olham para os mesmos pontos já examinados anteriormente. Da mesma forma, o Job To Be Done oferece novas lentes para encarar os mesmos problemas e proporcionar novas visões e construir soluções que foquem no por que as pessoas estão fazendo o que estão fazendo. Apesar de simples, essas mudanças podem fazer grande diferença.

Importante ressaltar que tanto no processo de fazer ciência quanto no processo de inovar, as pessoas que causam as rupturas estão trabalhando duro sob os problemas que pretender responder.

A relação entre ciência e inovação é íntima e cada vez mais fundamental. Na Emerge, acreditamos que cientistas e suas descobertas têm a capacidade e o potencial de não somente proporcionar desenvolvimento econômico, mas também resolver os grandes desafios que enfrentamos enquanto sociedade. Para isso, é necessário que, além das descobertas e o avanço da pesquisa, as invenções precisam chegar ao mercado e a participação dos cientistas no processo de inovação é essencial.

A partir deste desafio, estruturamos o curso Inovação para Cientistas – levando sua pesquisa da bancada para o mercado, onde trabalhamos temas como propriedade intelectual, transferência de tecnologias, contratos, plano de P&D, processo empreendedor e muito mais! Confira no link https://pages.emergebrasil.in/curso-inovacao-para-cientistas/ e inscreva-se!

 

Daniel Pimentel é advogado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, mestre em modelagem de sistemas complexos pela Universidade de São Paulo, idealizou e coordenou o primeiro Ranking de Universidades Empreendedoras e atualmente é Diretor de Universidades e Transferência de Tecnologia na Emerge.