Cientistas são empreendedores naturais [1] e desenvolvem uma série de habilidades e modelos mentais que são diferenciais competitivos para inovar, como por exemplo:
- Gostam de pensar grande e são otimistas, acreditando que as suas descobertas podem mudar o mundo;
- Não têm medo de falhar, sendo mais comum os erros nos experimentos ou das hipóteses não serem validadas;
- Não são vinculados a objetivos rígidos, podendo mudar de rotas a partir das alterações das circunstâncias e resultados da pesquisa;
- São essencialmente pequenos empresários, tendo que gerenciar equipes, compras para o laboratório e diversas outras funções administrativas.
Enquanto possuem características inerentes ao processo empreendedor, é incomum cientistas serem reconhecidos como empreendedores de sucesso. Da mesma forma, as pessoas que fazem ciência costumam se sentir deslocadas quando participam de cursos, eventos ou aceleração acerca de negócios tradicionais ou digitais.
Steve Blank, uma referência em empreendedorismo inovador a partir das metodologias de Lean Startup e Customer Development, for responsável por treinar centenas de cientistas em um programa do governo americano que concede entre US$ 200 mil a US$ 3 milhões sem equity para pesquisadores que queriam comercializar suas descobertas. Os resultados deste programa não foram tão bons na medida em que foram treinadas mais de 500 equipes que criaram 261 startups, mas levantaram apenas US$ 49 milhões em financiamento.
Para Blank os principais problemas consistiam nos fatos de que cientistas não estão trabalhando com problemas que são de interesse dos Venture Capitalists e por não saberem responder quem são seus clientes ou seu modelo de receita do empreendimento[2].
Na Emerge, acreditamos que cientistas e suas descobertas têm a capacidade e o potencial de não somente proporcionar desenvolvimento econômico, mas também resolver os grandes problemas que enfrentamos enquanto sociedade. Para isso, é necessário que, além das descobertas e o avanço da pesquisa, as invenções precisam chegar ao mercado e a participação dos cientistas no processo de inovação é essencial.
A partir deste desafio, estruturamos o curso Inovação para Cientistas – levando sua pesquisa da bancada para o mercado, onde trabalhamos temas como propriedade intelectual, transferência de tecnologias, contratos, plano de P&D, processo empreendedor e muito mais! Confira no link https://pages.emergebrasil.in/curso-inovacao-para-cientistas/ e inscreva-se!
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Daniel Pimentel é advogado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, mestre em modelagem de sistemas complexos pela Universidade de São Paulo, idealizou e coordenou o primeiro Ranking de Universidades Empreendedoras e atualmente é Diretor de Universidades e Transferência de Tecnologia na Emerge.