A importância e os caminhos para grandes empresas explorarem a camada da inovação disruptiva por meio da conexão com ciência brasileira.
Entretanto, devido aos seus múltiplos desafios, poucas companhias têm compreendido, relacionado e desenvolvido inovações. Um grupo ainda mais restrito tem trabalhado a inovação disruptiva, ou seja, aquela inovação capaz de desbravar novos mercados, oportunidades ou de se tornar ameaça ao atual core business da empresa. E essa categoria de inovação deixou de ser uma questão a ser tratada em estratégias de longo prazo, pois a possibilidade de reinvenção da sua indústria é latente e pode ocorrer a qualquer momento. A pergunta a ser respondida é se será feita pela sua empresa ou pela concorrente?
Há tempos é compreendido pelas grandes corporações que a inovação é um tema fundamental para sustentabilidade e crescimento do negócio. Não à toa, muitas já a trabalham de maneira formal por algum modelo. Uma forma interessante de compreender e subdividir esses modelos é como Henry Chesbrough trata Inovação Fechada e Inovação Aberta.
Quando falamos de Inovação Fechada (Closed Innovation), entende-se por inovar sem a participação externa, apenas com recursos internos, ou seja, a partir dos próprios esforços. Embora esse modo crie restrições sobre o melhor aproveitamentodo ecossistema, ainda há casos em que é necessário e estratégico seguir. Como exemplo temos:
1) P&D interno: empresas que possuem laboratórios internos e desenvolvem inovação com os próprios recursos e equipe. Muito usado no caso da necessidade extrema de sigilo sobre um projeto em alguns tipos de indústria, como a indústria farmacêutica e de defesa.
2) Grupos multidepartamentais: elaboração de novas abordagens e produtos utilizando de pessoas de times diferentes dentro da organização para desenvolver inovação. Utilizada para desenvolvimento de novas abordagens, modelos de negócios e produtos, guiados por metodologias como Design Thinking.
Por outro lado, tem-se a Inovação Aberta (Open Innovation), em que as organizações interagem em algum nível com atores do ecossistema ao seu redor para o desenvolvimento da inovação. Essa tem-se mostrado uma maneira um tanto mais eficiente de munir a empresa de inovações em diversas perspectivas, visto que a quantidade de recursos empregados versus o resultado alcançado pode ser consideravelmente maior. Além de possibilitar explorar com maior ímpeto o campo de inovações radicais e disruptivas. Algumas formas conhecidas são:
1) Escritórios/unidades externas: embora seja estruturada uma gerência interna para inovação, um de seus objetivos é prospectar soluções externas e inovadoras na perspectiva da organização a fim de resolver problemas presentes na atual estrutura.
2) Gerência de inovação: embora seja estruturada uma gerência interna para inovação, um de seus objetivos é prospectar soluções externas e inovadoras na perspectiva da organização a fim de resolver problemas presentes na atual estrutura.
3) Corporate Venture: criação de fundo para investimento para aquisição de participação em startups, podendo inclusive não ser relacionada ao seu core business. Um tipo de modelo é a criação de um Fundo de Investimento em Participações (FIP) para a execução dessa estratégia. Você pode buscar os FIP registrados por meio do site da CVM.
4) Relacionamento universidade-empresa: estabelecimento de projetos de desenvolvimento de P&D em conjunto com universidades, compartilhando riscos e desafios, assim como a Propriedade Intelectual (PI) da solução. Um modelo brasileiro emblemático de fomento a essa relação é a EMBRAPII.
Independente do modelo adotado, a pergunta chave é: qual é o foco de inovação das empresas brasileiras?
Conforme apontado pelos dados do PINTEC, a ampla maioria das empresas brasileiras busca inovações incrementais, um número reduzido procura inovações radicais e uma ínfima minoria está em busca da inovação disruptiva.