As novas empresas criadas para explorar comercialmente uma tecnologia desenvolvida dentro da universidade consiste em um importante modelo para transferir tecnologia, superar o vale da morte da inovação e proporcionar desenvolvimento socioeconômico.

Startups, empresas nascentes, empresas de base tecnológica (EBT), empresas incubadas, spin offs, spin outs e tantos outros conceitos próximos que se confundem, se sobrepõem ou se referem ao mesmo objeto estão cada vez mais na agenda e na discussão da inovação dentro do ambiente acadêmico. 

Neste breve artigo inspirado na tese de doutorado da Cláudia Pavani iremos compartilhar o que é uma spin off acadêmica. Caso queira ler a tese na íntegra (e recomendamos), basta acessar o link . E se preferir, é possível assistir um webinar que realizamos com ela sobre deep techs, clique aqui e assista!

Sendo bem objetivo, para Pavani a spin off acadêmica é uma empresa que baseou a sua criação nos ativos de conhecimento gerados na universidade com o objetivo de gerar resultados operacional e financeiro a serem apropriados pelos seus empreendedores.

Dessa forma, vamos destacar dois pontos que podem ser muito relevantes para você saber se é ou não um empreendedor de uma spin off acadêmica.

O primeiro refere-se a pessoas. Os empreendedores da spin off acadêmica podem ser professores, pesquisadores, estudantes ou técnicos de uma instituição de pesquisa, desde que o objeto da nova empresa seja fruto do conhecimento gerado na instituição. Caso seja um novo negócio, mas não relacionado ao foco de pesquisa, não será uma spin off. Da mesma forma, os empreendedores de uma spin off podem não estar relacionados com a universidade em um primeiro momento. Eles podem licenciar uma tecnologia de uma universidade e empreender a partir dela. Assim, eles serão empreendedores de uma spin off acadêmica.

O segundo refere-se ao modelo de negócio. As spin offs não necessariamente serão startups. Tendo em vista que startups são empresas com modelos de negócios escaláveis, é possível criar uma spin off acadêmica que tenha gerado um produto para um mercado específico e que o modelo não seja escalável, como consultorias, por exemplo. A despeito disso, muitas spin offs acadêmicas são também startups, que além de explorar comercialmente uma tecnologia desenvolvida na universidade, possuem um modelo de negócio escalável.

Há centenas de casos de spin offs acadêmicas brasileiras, como a Brain4Care, Lizarbio, Bright Photomedicine, Biolambda, Biolinker, Akwan, Genera, Rizoflora e tantas outras empresas inovadoras que estão transformando conhecimento em produto, resolvendo grandes problemas e proporcionando desenvolvimento econômico.

 

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Daniel Pimentel é advogado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, mestre em modelagem de sistemas complexos pela Universidade de São Paulo, idealizou e coordenou o primeiro Ranking de Universidades Empreendedoras e atualmente é Diretor de Universidades e Transferência de Tecnologia na Emerge.