O case da startup de base científica Biozer que desenvolve cosméticos amazônicos isentos de insumos químicos que prejudique o meio ambiente.
Inovação é palavra de ordem. Mas para que ela emerja é necessária a interação de um ecossistema favorável entre o setor publico, empresas e universidades. Características únicas e peculiares que a partir desses atores constituíram o Vale do Silício e a Startup Nation, por exemplo. O Brasil, apesar de entrar atrasado no contexto da inovação, não será por isso que se tornará um Vale do Silício ou a Nação Empreendedora. Os ecossistemas de inovação são diferentes e terão propriedades emergentes diferentes. Precisamos compreender nossas características, riquezas, cultura e história para construir nosso próprio ecossistema de inovação.
Somos um país continental com sete mil quilômetros de costa, somos o celeiro do mundo, temos as maiores riquezas minerais do planeta, um povo criativo e receptivo, temos a Amazônia. Como podemos a partir de todas essas riquezas gerar prosperidade para os brasileiros? Como gerar impacto econômico e social, levando o que o Brasil tem de melhor para o mundo sem ser explorado? Para responder essas perguntas, não existe bala de prata, uma solução pronta e estabelecida. Mas tem uma empresa na floresta que está começando responde-las.
A Biozer é a combinação da palavra “bio”, vida, vivo, e “zer”, de zerumbona, que é uma substância biologicamente ativa de uma espécie de planta existente na floresta amazônica e foi isolada (com alto grau de pureza) por um pesquisador do INPA, Dr. Carlos Cleomir, idealizador do projeto. Todas as substâncias bioativas são capazes de produzir mudanças dentro dos sistemas vivos. Biozer, portanto, traz na sua etimologia a intenção de mudar positivamente a vida das pessoas por meio da tecnologia provida da Amazônia.
Dr. Carlo Cleomir, pesquisador de carreira no INPA, sempre almejou levar suas descobertas da bancada para a sociedade, mas por diversos motivos que prejudicam a transferência de tecnologia, de burocracia a maturidade do mercado, vislumbra hoje, por meio da Biozer, que seu objetivo seja alcançado.
A fim de levar as riquezas da Amazônia para o mundo, gerando impacto econômico e social, a Biozer atua no ramo de Saúde, Beleza e melhoria de percepção do bem-estar das pessoas com produtos essencialmente naturais, seguros e sustentáveis, com base na biodiversidade amazônica.
“A Biozer é uma empresa de 11 anos em que nos seus primeiros nove foi somente para Pesquisa e Desenvolvimento. Nesses últimos dois anos ela se torna uma startup com a visão de ser o primeiro unicórnio da floresta”, afirma Danniel Pinheiro, biólogo, mestre em biotecnologia pela UFAM e empreendedor na Biozer.”
A empresa já possui a liberação da ANVISA e já começou a produzir os cosméticos naturais amazônicos, em especial a marca SIMBIOZE AMAZÔNIA cosméticos naturais amazônicos, o que garante a rastreabilidade das suas matérias-primas e isento de insumos químicos que prejudique o meio ambiente e/ou consumidores.
Em breve, diversos outros produtos entrarão no mercado, dentre eles estão alguns óleos de hidratação de cabelos, sabonetes, hidratantes, cremes e géis, dermocosméticos, alguns voltados especialmente para pessoas com diabetes. Há o desenvolvimento de uma linha direcionada para pessoas que praticam esportes e tem lesões nos pés e mãos, bolhas e escoriações que precisam ser rapidamente cicatrizadas. Além desses, a empresa desenvolve alimentos funcionais oriundos da biodiversidade amazônica, direcionados às pessoas que buscam uma alimentação mais saudável com produtos 100% naturais.
- Confira o portfólio da Biozer aqui.
Todos os produtos possuem ampla base científica, muitos dos quais em parceria com o INPA, com oito patentes compartilhadas, fruto de pesquisas realizadas há mais de 18 anos pelo Dr. Carlos Cleomir.
A Emerge acredita que o Brasil só alcançara o status de nação desenvolvida se olhar para a ciência de forma empreendedora e que casos como do Biozer não sejam a exceção. Na realização do EmergeDay Manaus, mobilização da comunidade de cientistas empreendedores, apoiada pelo INPA, Baré Jr. e Grupo Bemol, foram diagnosticados diversos projetos empreendedores e estimulada a comunidade acadêmica da UFAM, UEA, INPA e diversos outros centros a empreenderem a partir das pesquisas.
Professora Rita Mesquita, coordenadora de transferência de tecnologia do INPA, enfatizou o discurso trazido pela Biozer na medida em que questiona como podemos converter a infinidade da biodiversidade amazônica em impacto, preservando a floresta. As perguntas ainda pairam no ar, mas suas respostas começam a surgir com exemplos como a Biozer, com momentos promovidos pelo EmergeDay, pela cooperação Universidade-Empresa, além de nós, enquanto brasileiros, compreendermos cada vez mais nossa cultura, história, riquezas e nosso próprio ecossistema. Assim, transformaremos todo nosso potencial em potência, nossa criatividade em inovação e nossas riquezas e conhecimento em impacto social e econômico.